(…)
quem acha que é justo e que é direito
guardar-se a lei do Rei severamente
e não acha que é justo e bom respeito
que se pague o suor da servil gente.
Luís Vaz
de Camões [1524-1580]
Poeta, renovador da língua portuguesa e um dos maiores
vultos da literatura nesta língua.
APELOS DE SENTIDOS
Agonia
mental, pelo absurdo…
Travestidos
discursos de indecência
Em
vis insultos à inteligência
Reforçam-me
vontade de ser surdo!
Quanto
mais perto vejo esse chafurdo
Onde
se move o trato de excelência,
Mais
desejo cegueira, de aparência,
Sem
refletir na escrita o que urdo.
Mas
o absurdo é tal força motriz
Que
se elevam impulsos aguerridos
Em
vívidos processos de raiz
E
na luta p’lo bem, sem alaridos,
Eu
ouso ser desperto aprendiz
Em
límpidos apelos de sentidos.
©
Jorge Nuno (2014)