SELA MEUS
OLHOS
Que seria
deste meu quarto de estudante
Se não
houvesse o teu sorriso doce,
Se não
existisse o teu olhar brilhante,
Se perto de
mim a tua presença não fosse
A única
alegria com que posso contar.
Mas só tu
conheces o mar de tristeza em que navego,
Só tu conheces
a minha angústia, meu desesperar…
E o Deus que
renego e a quem me entrego.
Por isso, só
tu sentirás desgosto
Quando a
estricnina me matar.
E quando a
morte puser em meu rosto
Aquela
serenidade, sem algo a perturbar,
Sela então
meus olhos com dois beijos
Dos tantos
que em vida te quis dar.
© Jorge Nuno
Obs.: Uma
raridade perdida, na altura ainda sem título – datada de 26 de maio de 1971, pelas 11h39 – e agora reencontrada.
Obrigado, Diana.
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