Viva, ria e ame. Brilhe como a estrela que é.
Greg Heart
O LOIRO DE
MASSARELOS
Está na casa
dos trinta
Um loiro de
médio porte,
Uma figura
apagada.
A timidez
bem o finta
A este rapaz
do norte,
Ainda sem
namorada.
Trabalha na
Fundição
Percebendo do
metal
Que faz os
muitos talheres.
Fechou
sempre o coração
Nem viveu
amor carnal…
Nem percebe
de mulheres.
Ouviu na rua
Vilar
Um piropo da
vizinha
Que faz
corar qualquer um:
“Oh febra…
bais debágar…
Tu tães tãota
carninha
E eu aqui em
jejum!”
E continuou
na rua
Com seu
forte desafio
Que o fez
atrapalhar:
“Habias de
me ber nua,
Isto num cheira
a bafio…
E não te
bais lamentar!”
Meteu-lhe o
braço a preceito,
Qual casal a
passear
E ele ficou
sem voz.
Via-se que
tinha jeito…
No chaço
viu-se levar
Conduzida
até à Foz.
De tanto
olharem o mar…
Cansada de
estar em branco
Diz-lhe com
ar destravado:
“Hoube
lá!... Tães c’abãoçar!
Nãe q’encoste
aqui o bãoco,
P’ra ficar
em rebuçado!”
Quando ouve
em avançar,
O loiro de
Massarelos
Mete a mão
na manete.
Ao joelho
vai parar
Sobre collants
amarelos…
Dá um “ai” a
Graciete.
E no calor
do momento…
“Bês, carago!...
Tu abãoça!...
Bêe… num
importa p’ra onde!”
Põe o carro
em andamento
E diz ele, sem
pujança:
“Bamos a
Bila do Conde?”
© Jorge Nuno
(2014)
Sempre em grande :)
ResponderEliminarAgradeço o comentário, amigo Vítor. Continua a deliciar-nos com a tua escrita. Um abraço.
ResponderEliminar