MUITAS
VIDAS
Noutra vida…
Privado da liberdade vivi.
Por levar longe demais a minha voz:
Encarcerado, padeci,
Por delito de opinião;
Pobre de aspeto, sofri,
Consciente da minha razão;
Rico em ideais e livre de grilhetas,
parti,
Livre, para outra vida
Junto de egrégios avós.
Nesta vida…
Depressa vi que sem liberdade nasci.
Soube de resistentes privados de
liberdade,
Vivi as difíceis lutas estudantis,
sem liberdade,
Vivi as ousadas lutas militares, pela
liberdade,
Vivi as constantes lutas diárias,
Pela sobrevivência, finalmente em
liberdade.
Hoje, com fortes retrocessos no
processo…
E quando devia ser o descanso do
guerreiro,
Tento levar longe a minha voz,
Sinto necessidade de uma luta
incessante
Ao ver o meu tempo esgotar.
Numa próxima vida…
Sei que voltarei.
Voltarei para resgatar
O muito que ficou por fazer.
Voltarei para resgatar
O muito que ficou por lutar!
Almada, 12 de maio de 2012
Jorge Nuno
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