TEIAS, SONHOS E
INQUIETAÇÕES
Do big-bang à vida inteligente...
A teia do universo de saberes.
Teias, sonhos e inquietações.
São equilíbrios-desiquilíbrios,
Simbolismos e prazeres
Sensações, olhares e emoções,
Liberdade de criação
E diálogos de criatividade,
Expressividade mística ou não,
A desunião das coisas e a passividade.
Encontros e desencontros... do mito e da ciência.
Ciência com consciência? Inquietação.
Como ter clarividência?
Como juntar arquipélagos de saberes?
É o Homem em busca / construção.
O equilíbrio vital...
Comprometido pela inteligência da morte?
Contra a ilusão... o irreal
A resignação com a sua sina, a sua sorte.
O sentido da vida... religiosidade,
A busca contínua da felicidade.
Como partir as correntes
Que impedem a visão macro da vida?
Veremos só a nossa sombra?
Seres aprisionados que tais...
A guerra, violência, tirania e repressão,
A luta entre as pulsões fundamentais
De criação e destruição.
O inevitável conceito do belo
E a sua conversão no “acesso ao ser”,
Aristóteles, S. Tomás, Platão...
Aprendizagem estético-visual,
Percursos de criação e recriação
O que traz um bom augúrio...
Loucura de desdenhar do presente
Para ter esperança no futuro?
Arte e ciência... filhas da experiência
E do livre pensamento,
Contributos para modificar a consciência
E a forte vontade de descobrir mistérios...
O corpo como símbolo e identidade
E muitos, muitos ares sérios!
Questões ambientais, a terra e as gentes,
Ordenamento das cidades... que teia a deste
esquema?
Olhares sobre as crianças,
Qual a chave para o problema?
De Da Vinci a criatividade e genialidade,
Desejoso de, em espírito, tudo transformar,
Sonhador que gostava mais do caminho que da
chegada.
Sonho não é palavra vã!
Pedra Filosofal, Gedeão e o Poema a Galileu
(A quem Deus dispensou de buscar a verdade...).
Maria João Pires ao piano nos Noturnos de
Chopin.
Paula Rego, A Presa e os medos,
Anne Frank e o seu Diário, Picasso e Guernica,
Pessoa no Livro do Desassossego e o poder de
criar
Com a muleta da realidade.
A arte e a crítica, olhar a fotografia...
Tornar consciente o real.
Ligar cultura e lazer é arte... como na filatelia.
Pintar, escrever, inovar, criar...
Imaginação simbólica ou simplesmente imaginação.
Reconstruir história a partir dos sons...
Mesmo que ouçamos uma ave a piar!
Saber contemplar e estar de bem com a natureza.
Olhar as sucessões na natureza, que são algo
enigmáticas...
Situações matemáticas, o mistério dos fratais,
O número e a razão na “divina proporção”,
O conceito de beleza nos fenómenos naturais.
Onde se vê desordem cósmica?
Não nos desgastemos em temores imaginários.
Há que participar com a serenidade dos justos!
Pela eterna vontade do conhecimento,
Reflexão... olhar estético e crítico na postura
própria,
Humanização, sentir... e integração de saberes.
Descarregar de tensões e viver emoções.
Vazio não é certamente...
É manter vivo o sonho.
É conquistar sem atropelos.
É liberdade de pensamento,
É formação permanente,
É estar, é ser, é VIVER!
Almada, junho de 2000
Jorge Nuno
(“Relatório”
de uma Ação de Formação intitulada “Cantos Interdisciplinares – diálogos de
criatividade entre arte, humanidades e ciências através da pintura, literatura
e música”)
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