18/06/2012

Mais poemas, não! Que chatice!


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 Mais Poemas, não! Que chatice!

 Ai, mais poemas, não!... Que chatice!
Por quê as rimas, quadras, sonetos, éclogas, odes,
tenções, pranto, lais, gestas e até cantigas de vilão…?
Por quê a poesia existencial, lírica, social e até mística?
Abordar o amor… amor… amor…
como tanta gente faz!
Ou cantar a Natureza, as crianças, os animais,
a alegria, a gratidão, a bondade, a felicidade,
a fé e a divindade, numa poesia celestial infinita,
ficando de paz com os anjos e com os homens!
Sei que o mau-humor não modifica a vida;
sei que a minha irritação não resolve problemas;
sei que a minha dor não impedirá que o sol brilhe,
nem a minha tristeza iluminará caminhos!
Lembro-me da oração de S. Francisco,
das sábias palavras de Gandhi,
de Madre Teresa, de Luther King…
e do efeito das do Zeca, em tempos de escuridão.
Mas porque sei que o grito que espalho é paz que sinto,
mesmo que me afaste dos homens,
porque não admito a supremacia do mal
e porque a sensibilidade me agita…
raios… mais poemas, sim!

Bragança, 18 de junho de 2012
Jorge Nuno

In "Horizontes da Poesia IV", Coletânea 2012, Ed. Joaquim Sustelo. ISBN978-989-95626-8-4

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