VIAGEM INTERGALÁTICA
Avisto ao longe a
supergigante Bételgeuse,
E os distantes e
monstruosos quasares.
Vejo rastos da implosão
de outra estrela gigante,
Dando origem, com a
matéria, a uma nebulosa
E à formação de
mais uma supernova.
Uma anã branca
acaba de se tornar visível…
Até um dia que a
parceira se torne gigante vermelha!...
São estrelas a
morrer para dar vida a outras!
Vejo o espetacular efeito
visual de biliões de galáxias,
Umas elípticas,
outras com os seus braços em espiral.
Vindo de Andrómeda,
passo pelas Nuvens de Magalhães
E aproximo-me da
nossa Via Láctea!
Já estou com
vontade de regressar! …
Já estou com
vontade de regressar…
A um país bendito,
maravilhoso…
Com orçamento,
anualmente retificado,
Que é um imenso buraco
negro
Fazendo dos muitos
mil milhões um eclipse.
Um país onde há
muita estrela cadente.
Estrelas, sem
estilo, que passam como cometas.
Estrelas, sem
brilho, que se julgam galáxias.
Satélites naturais,
a resplandecer com o brilho de outrem.
Um país que em
ebulição, tem muita gente
A lembrar "quarks", por formarem protões
E neutrões, como
partículas a chocar,
Incessantemente,
sem parar,
Agitadas umas
contra as outras.
E uma classe
política que se julga dona do Universo
E maravilha a vida do
povo com uma nebulosa.
Uma classe atenta,
que age com acuidade,
Que governa
orientando-se pela estrela Polar
E que se governa
consultando o Zodíaco.
Que apesar da sua
visão a anos-luz da realidade,
Tudo vai fazendo,
de forma diligente e à velocidade da luz
Para aumentar o
número de pobres e sem-abrigo,
Na expectativa de estes
poderem esquecer
A decadente e
promíscua vida mundana
E garantir-lhes o
elixir da eterna felicidade
Ao sentirem na face
os ventos solares,
Observarem no
horizonte a refração da luz,
E, com sorte, à
noite, a aurora boreal,
As diversas fases
da lua e os movimentos das marés,
A iluminação dos céus
com uma chuva de meteoritos
E a contemplação, única,
das verdadeiras estrelas no céu!
Quando finalmente chegar
ao meu país,
No exercício de plena
cidadania ativa,
Irei sugerir a substituição
de computadores Magalhães
Por telescópios,
mesmo de média potência,
Para os atingidos
por estas medidas de eterna felicidade
(Verdadeiros
laboratórios de Ciência-Viva)
Pedirem a equivalência
a doutorados em Ciência
E engrandecerem o
país com a magia da Astronomia!
Algures nas Nuvens de
Magalhães, 14 de julho de 2012
(sem indicação do ano estelar, por falta
de pilha)
Jorge
Nuno
Meu caro amigo bom regresso à terra e a este país onde nos surpreendemos a cada dia que passa com a ignorância, incompetência e insensibilidade de quem o governa.
ResponderEliminarParabéns amigo!
Abraço
Abgalvão
Amigo Albertino, não sei como... mas já cheguei. Num mundo de cor... HD e até 3D, fiquei surpreendido, pois encontrei tudo cinzento por cá, como se o vulcão dos Capelinhos tivesse atingido este retângulo. Um abraço amigo. Jorge Nuno
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