19/01/2019

CRÓNICAS DO CORAÇÃO DO MINHO (31) - Quatro Anos de Crónicas na BIRD Magazine


QUATRO ANOS DE CRÓNICAS NA BIRD MAGAZINE

Estávamos no final do ano de 2014 quando aceitei o desafio de escrever quinzenalmente para a BIRD Magazine. Foi-me dito que o poderia fazer de forma livre, sem temática específica, sem pressões. Iniciei essa tarefa no arranque de 2015, precisamente no dia 3 de janeiro, com a crónica “Sem Rosto e Sem Rasto”. Eu próprio fiquei surpreendido com a rapidez e facilidade com que a escrevi, mas, acima de tudo, com o seu tom irónico e um toque de humor, perante assuntos sérios – fórmula que fui repetindo, apesar da variação das temáticas abordadas –. Seguiu-se “Os Degraus da Felicidade”, “A Lucidez do Embriagado, “Leaks Há Muitos, Seu Palerma!”, “Aqui Há gato!”, “Não Há Coração que Aguente!”… Os títulos, que surgiam espontaneamente, pareciam apelativos e poderiam conduzir à leitura. Sentia prazer na escrita e, sem presunção, entendo que isso transparecia através da mesma. Sei que as pessoas, de uma forma geral, rejeitam ler textos extensos, mas esse entusiasmo pela escrita levava a “soltar-me”, para depois ter um esforço suplementar de síntese e não ultrapassar as duas páginas A4, quando é expectável que as crónicas tenham uma narração curta. Mesmo assim, as estatísticas das visitas às crónicas na BIRD Magazine – replicadas no meu blogue pessoal –, eram muito animadoras.

Rapidamente, entendi que as devia autointitular “Crónicas do Fim do Mundo”, embora sem essa designação na revista online; escrevi sessenta crónicas até junho de 2017, altura em que fiz uma mudança pessoal e radical. Daí em diante, e mantendo a determinação de escrever, autointitulei-as “Crónicas do Coração do Minho”; surgiram mais trinta e uma crónicas, até ao presente. Com esta, completa-se um total de noventa e uma crónicas, precisamente após completar quatro anos de participação.

A liberdade de abordagem das temáticas levou ao aparecimento de textos que seriam integrados nas categorias “Ambiente e Natureza”, “Desporto”, Ciência e Tecnologia”, “Filosofia”, “Lifestyle”… mas, tendencialmente, “Cidadania e Sociedade”. Sabe-se que o cronista inspira-se, naturalmente, em acontecimentos do dia a dia. Muitas vezes, senti necessidade de efetuar trabalhos de pesquisa para sustentar, realisticamente, o que fundamentava, sem pretender torná-los em artigos de opinião. Por diversas vezes, abordei conteúdos polémicos, de modo a fomentar discussão e despertar consciências adormecidas. Mostrei a minha faceta irreverente, a par da vontade de passar mensagens, deixando ao leitor a capacidade e liberdade para as assimilar ou rejeitar.

Acredito que a democracia só faz sentido e se consolida com a intervenção cívica dos cidadãos, e que essa intervenção será tanto mais eficaz quanto mais conscientes estiverem da realidade que os cerca. Na BIRD Magazine colaboram, regularmente, várias dezenas de cronistas, em vários domínios, e sei que estes dão um importante contributo para um aumento dessa tomada de consciência. Senti-me honrado em fazer parte desta equipa. Contudo, há novos desafios que se colocam, a requerer novas estratégias. Sabe-se que há o “nascer, crescer, envelhecer e morrer”. Mas sabe-se também que a alegria de viver pode prolongar a existência. Mesmo após a morte pode haver o renascer, com experiências acumuladas, que conduzam a novos patamares de progresso. Simplesmente: é preciso acreditar! Cessou a minha participação nesta revista online, sem dramas. Se há necessidade de mudança, o princípio de um novo ano é sempre um incentivo.

© Jorge Nuno (2019)

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